Consumidores de todo o mundo têm se mostrado entediados com suas experiências de compra. Em tempos em que a compra está a um clique de distância do cliente, o desafio dos gestores de marcas e produtos é traçar estratégias para trazer o consumidor para as lojas, propondo novas formas de comprar.
A pesquisa The Tomorrow Store – conduzida pela agência inglesa The Future Laboratory em parceria com a brasileira Voltage, agência produtora de insights aplicáveis ao negócio – aponta o teatro como o coração de uma maneira inteligente de vender produtos e serviços em lojas físicas.
Os consumidores do amanhã serão cada vez mais conectados. Em 2014, 74% dos consumidores dos Estados Unidos e 43% da União Europeia terão smartphones; clientes que farão uso do celular móvel para pesquisar melhores opções de compra. Nesse cenário, com marcas e produtos disponíveis para a compra on-line – associada pelos consumidores contemporâneos à comodidade e praticidade, a compra está hoje a um clique de distância.
“As pesquisas indicam que o teatro é o coração de uma maneira inteligente de vender produtos e serviços. As lojas têm que incorporar elementos teatrais para criar vínculos e fidelizar consumidores; isso pode ser obtido seja na criação de um cenário diferenciado, no treinamento da equipe de vendas, na entrega e na gama de produtos. A essência desse conceito é tornar a compra uma experiência a ser vivenciada in loco”, detalha Paulo Al-Assal, diretor-geral da Voltage e especialista em tendências.
As vendas offline têm apresentado queda em todo o mundo. Dados mostram que o desafio para manter o cliente interessado é bem grande. No varejo britânico, por exemplo, as vendas caíram 4% no primeiro trimestre de 2011, enquanto vendas on-line, contudo, cresceram 11%.
No Brasil, quinto maior mercado de internet do mundo em número de usuários com 9 milhões de internautas, o desafio é similar. Segundo o especialista em tendências, a pesquisa mostra que o varejo, em especial o on-line, tornou a experiência de compra em uma atividade chata, passiva e desprovida de emoção – esse sentimento de tédio leva o consumidor a ser inconstante.
“A loja do futuro deve transformar a experiência de compra em algo único, singular. Na prática, a operação de venda deve ser alinhada ao perfil de cada cliente”, avalia o especialista, acrescentando que as empresas e marcas não vão sobreviver e prosperar se não investirem para entender a psicologia do novo consumidor. “As experiências podem ser em forma de jogos, atividades culturais ou educacionais”, completa.
Em rede, os consumidores contemporâneos estão interessados em um consumo de nicho. As marcas inteligentes estão atuando nessa direção e criando eventos ALIVE – Accessible, Live, Intimate, Visceral e Exclusive (acessível, ao vivo, íntimo, visceral e exclusivo). Um exemplo desse tipo foi o lançamento da cerveja Black, da marca Stella Artois, que criou os eventos The Black Diamond e The Night Chauffer com atividades de teatro participativo. Visitantes selecionados pela marca, “mergulharam” em uma cena de filme noir em pubs, atuando como personagens de uma narrativa dentro de um teatro experimental.
“Ações como essas desenvolvem no consumidor o senso de lealdade às marcas que faz sua vida ficar mais divertida e interessante. Trata-se de uma moeda social e experimental; uma nova forma de enxergar a fidelização de clientes. A loja do amanhã será móvel, pessoal e experimental”, salienta Al-Assal.
Divulgação
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