Os casos de coqueluche vêm aumentando na cidade de São Paulo, de acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. Até maio último, houve crescimento de 40% nos casos em comparação a todo o ano de 2010. A situação é preocupante, principalmente porque as crianças e bebês são as mais atingidas e a doença está sendo transmitida, na maioria das vezes, dentro de casa.
Quem alerta é a médica do Hospital Villa-Lobos, infectologista pediátrica, Melissa Palmieri. “A coqueluche é transmitida pelas gotículas respiratórias que podem ser geradas pela tosse, espirro e fala. Uma pessoa que sofreu exposição de um metro de distância com o doente já pode ter se contaminado. Ou seja, quem está transmitindo a doença para os bebês são os pais, irmãos mais velhos, avós e até as babás que possuem contato usual com a criança”, ressalta a médica.
A coqueluche é causada pela bactéria chamada Bordetella pertussis, que atinge o sistema respiratório. Nas duas primeiras semanas do contágio, os sintomas são basicamente os mesmos da gripe ou de um resfriado comum, com febre baixa, tosse seca e coriza. Só após 14 dias a doença começa a ser caracterizada, com fortes crises de tosse, e assusta principalmente em casos com crianças menores de um ano de idade. Entretanto, a doença ocorre também em adolescentes e adultos, usualmente com casos assintomáticos ou sintomas leves até casos muito sintomáticos. Por exemplo, tosse prolongada que não melhora.
O tratamento é feito com antibióticos específicos, de acordo com a idade e o perfil do paciente. “A coqueluche é tratada com antibióticos, cuja responsabilidade de prescrição é do médico que suspeita ou diagnostica a doença”, ressalta.
Crianças sofrem mais
Em crianças, os sintomas da doença assustam e podem levar à morte. “O quadro da doença em crianças é mais exuberante, o que causa grande sofrimento. As crises de tosse paroxística (popularmente conhecida por “tosse comprida”) muitas vezes são seguidas por vômitos. Pode acontecer ainda protrusão de língua (ela fica para fora da boca), salivação, congestão facial, cianose (rouxidão na pele devido à baixa oxigenação) e apneia (parada respiratória)”, explica a médica do Hospital Villa-Lobos.
De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica do Município de São Paulo, até o dia 17 de agosto ocorreram cinco óbitos em menores de dois meses de idade, causados por coqueluche, em 2011.
Vacinação:
A vacinação contra a coqueluche está disponível na rede pública para crianças abaixo de seis anos de idade. Conhecida como tetra bacteriana nas 3 doses antes de 1 ano (aos 2, 4 e 6 meses) e tríplice bacteriana aos 15 meses e 4 a 6 anos (primeiro e segundo reforços). A vacina tríplice combina componentes contra a difteria, o tétano e a coqueluche, já a tetra adiciona o componente contra o Haemophilus influenzae tipo b
Para adolescentes acima de 11 anos, adultos e idosos a vacina só pode ser obtida em serviços particulares, pois na rede pública há somente a dupla adulto (dT-componentes contra a difteria e tétano sem o da coqueluche). Conhecida no mercado como tríplice bacteriana adulto (dTpa), custa, em média, R$ 100 a 120,00. Ela é indicada no mesmo período dos reforços da vacina contra o tétano, por exemplo aos 15 anos e de 10 em 10 anos após esse período. Entretanto, existem situações especiais em que o médico recomenda a antecipação dos períodos usuais (Por exemplo: mulheres que pretendem engravidar ou pós parto imediato).
Fonte: Prefeitura de SP
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