Realizada pela Galeria Olido, em parceria com a revista CemporcentoSKATE, mostra retrata a relação entre skate, arte e a arquitetura da região central da cidade.
A região central de São Paulo, Meca dos skatistas paulistanos, vai receber uma exposição totalmente voltada para o skate. De 5 de agosto a 2 de outubro, a Galeria Olido abre as portas para a mostra de arte contemporânea multimídia Apropriação – Meu Centro é o Skate.
Idealizada pelo fotógrafo e curador Homero Nogueira, realizada em parceria com a revista CemporcentoSKATE, a exposição traz fotos e vídeoinstalações que oferecem ao visitante proximidade com as relações interpessoais, o convívio com os transeuntes e a utilização da arquitetura pública e privada por skatistas enquanto percorrem os caminhos da região central de São Paulo.
“Apesar de ser o palco de inúmeras histórias marcantes para a trajetória do skate nacional, o Centro de São Paulo é, na verdade, um território imperfeito para o skateboarding – seja com as pedras portuguesas que impedem a fluidez das rodinhas ou diversas proibições e restrições, impostas dependendo da administração pública”, conta Nogueira. “Proibido ou não, o fato é que o mobiliário urbano central foi ocupado. Apropriado pelo inconsciente coletivo da comunidade do skate e eternizado pelas lentes de alguns fotógrafos e videomakers”, explica.
Com 52 fotos e duas vídeoinstalações que brincam com fragmentos da arquitetura da cidade, a exposição traz ainda dois zootropos - considerado um precursor do cinema, o zootropo um sistema de projeção estroboscópico composto por um tambor circular que projeta imagens em movimento em uma superfície. Para celebrar a relação entre as pessoas e a cidade, a mostra ainda convida os visitantes a levarem seus próprios retratos andando de skate pelo Centro de São Paulo, para serem colocados em um painel colaborativo.
“Os espaços públicos da região, com sua beleza muitas vezes difícil de ser entendida, fazem parte da memória afetiva de muitos skatistas e moradores de São Paulo”, explica Nogueira. “Até mesmo por conta da carência de lugares para o skateboarding em outros bairros, as ruas da região central e suas praças (Roosevelt, Pátio do Colégio, Vale do Anhangabaú e Sé) viraram pontos de encontro e tornaram-se referência, ilustrando importantes revistas de skate nacionais e internacionais. No final dos anos 1980 a Praça Roosevelt foi umas das pistas naturais mais importantes para o skate de rua brasileiro. Já nos anos 90 o fluxo migrou para o largo São Bento e para o recém reformado Vale do Anhangabaú, com seus diversos tipos de degraus”, lembra.
Apropriação – Meu Centro é o Skate é uma mostra fotográfica histórica de um movimento social. “Ela representa um grupo jovem que, sem muitas regras, invade as ruas para mostrar sua arte”, explica Alexandre Vianna, um dos fotógrafos convidados para a exposição que faz parte da equipe da EditoraZY, que publica a revista CemporcentoSKATE. “Andar de skate, deslizando sobre a arquitetura urbana, é algo que significa muito pra quem faz parte desse universo. São quatro rodas, dois eixos e um shape, que dão possibilidades de criar, mostrar identidade, e ser reconhecido por isso”, completa.
Fotógrafos
Atilla Alves KermanConhecido como Chopa, tem 32 anos e é natural de São Paulo (SP). Conheceu o skate aos 10 anos de idade e desde então é grande a sua ligação com o carrinho, tanto como skatista (chegou a competir profissionalmente) como na fotografia (vencedor do Nike SB Photo Incentive, em 2007). Atualmente cursa Bacharelado em Fotografia no Senac-SP.
Alexandre ViannaComo skatista profissional foi um dos principais responsáveis pela evolução técnica do skate na década de 90. Em 1992 dirigiu o Dirty Money, um vídeo antológico que documentou a sua geração e virou um marco na história nacional do skate. Alguns anos depois, formou-se jornalista e fotógrafo e em agosto de 1995 fundou a revista CemporcentoSKATE. Nos últimos 16 anos, trabalhou em prol da evolução da fotografia de skate no Brasil. É um dos principais nomes na comunicação e na fotografia do universo urbano de São Paulo.
Fabio Amad BitãoNuances urbanas, curvas acentuadas e o asfalto fazem parte da vasta obra captada pelo fotógrafo e skatista Bitão, como é mais conhecido. Acompanhou e participou da evolução do skate no Brasil desde a infância, sempre em busca de uma visão diferenciada para manobras. Em 2008 lançou o livro 365 Graus, onde suas lentes registraram diariamente o skate e sua cultura, artistas, músicos e a cidade de São Paulo, seu habitat natural.
Homero NogueiraHomero Nogueira é parte fundamental da construção da revista CemporcentoSKATE, há 15 anos pautada pela qualidade em fotografia em diversos formatos, abordando o skate como estilo de vida e comportamento. Nascido em Santo André (SP), tem 35 anos. Conheceu o skate nas ruas em 1986, fotografa desde 1990, e é tido como referência de qualidade em fotografia urbana de skate. Nogueira é formado em Fotografia pela Escola Panamericana de Artes e em Tecnologia da Produção em Cinema, Foto e Vídeo pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas).
Ivan Cruz Fotografa desde 2001, sempre pensando fotografia como uma ferramenta para viver bons momentos e fazer amigos, além de conhecer lugares e culturas diferentes. Viajou por todo o Brasil fazendo a seção “100% Visita”, da CemporcentoSKATE. Atualmente trabalha na assessoria de imprensa do município de Osasco (SP).
Renato CustódioNão é o tipo de fotógrafo que vai ao acontecimento e sim o profissional que, através de sua visão, dá relevância a algo que seria comum. Faz parte do staff da revista CemporcentoSKATE, fotografando além das fronteiras brasileiras, tendo passado por Israel, Espanha e Nova Iorque, entre outras localidades. Participou da exposição coletiva I/LEGÍTIMO: Dentro e Fora do Circuito Zonas de Ação, realizado no Paço das Artes, na Universidade de São Paulo.
Video Arte
Renato Zokreta Tem 26 anos, é autodidata e filma skate desde 2005. Integrante do Estudio Antihorario, esteve por trás da câmera em momentos cruciais da história do skate de rua brasileiro. Atualmente é responsável pelo conteúdo audiovisual do Portal CemporcentoSKATE.
Flávio FerrazAssinando como Jey, é um dos principais agitadores da cena artística contemporânea, atuando como escultor, grafiteiro e artista plástico. Está a frente do coletivo de artistas conhecido como Grafiteria, fomentando e popularizando a arte urbana.
Ficha técnicaRedator: Douglas Luis Prieto
Direção de arte: Flavio Ferraz
Produção: David Toledo
Produtora Executiva: Karina Cezar
Projeto Gráfico: Guilherme Theodoro
Parceria:EditoraZY
CemporcentoSKATE
CBSk
Labtec
Realização:Galeria Olido
DEC
Prefeitura da Cidade de São Paulo
SERVIÇOApropriação – Meu Centro é o Skate
Local: Galeria Olido
Data: de 05 de agosto a 02 de outubro de 2011
Local: Avenida São João, 473 / térreo ao 2º andar
Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô
Telefones: 3331-8399 / 3397-0171
Horário: 3ª a domingo, das 13h às 20h
Entrada livre e gratuita
http://www.galeriaolido.sp.gov.br/
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